segunda-feira, 13 de maio de 2013

A França pré-revolucionária



Situação política, econômica e social  

   Enquanto nos Estados Unidos da América triunfavam os princípios das Luzes de liberdade, igualdade, soberania popular e separação de poderes, em França, tal como em outros países europeus, continuavam em vigor as instituições do Antigo Regime:
   · a nível político, apesar das ideias das Luzes que criticavam o Absolutismo, os poderes continuavam a concentrar-se no rei;
   · a nível econômico e social, embora as fortunas se fizessem no grande comércio, as grandes propriedades continuavam na posse dos nobres e do clero, mantendo-se a      antiga divisão da sociedade em Ordens. A burguesia, que ocupava o estrato superior o terceiro estado, tinha poder económico e elevado grau de cultura, mas poucos dos seus elementos desempenhavam altos cargos na política, na administração do Estado, no exército ou na Igreja. Desejava, por isso, ter um papel mais ativo a nível político para defender os seus interesses; também os pequenos artesãos e assalariados lutavam contra o desemprego e os baixos salários, enquanto os camponeses, que constituíam a maioria da população, continuavam sujeitos às obrigações feudais.


Distribuição da propriedade pelos grupos sociais

   A partir de 1770, a França entrou numa grave crise:
· maus anos agrícolas provocaram o aumento do preço dos   cereais, a fome e, por consequência, protestos e tumultos;
· a concorrência dos produtos manufacturados ingleses, de melhor qualidade que os dos Franceses, conduziu ao encerramento de muitas manufacturas, o que fez aumentar o   desemprego e baixar os salários;
· os elevados gastos da corte em bens de luxo e a concessão de tenças (pensões) aos nobres cortesãos, bem como as dívidas que a França contraíra para fazer face à Guerra dos   Sete Anos (1756-1763) e para apoiar a Guerra da Independência dos Estados Unidos contribuíram para que as despesas do Estado fossem superiores às receitas.
   Tudo isto gerou um grande descontentamento social, sobretudo nas classes populares obrigadas a sustentar as finanças públicas. Para aumentar as receitas, os ministros de Luís XVI propuseram reformas fiscais que incluíam um novo imposto, abrangendo as três ordens sociais. Estas medidas encontraram a oposição do clero e da nobreza. Perante a situação difícil que se vivia em França, o rei convocou os Estados Gerais, o que não acontecia desde 1614.


Os Estados Gerais reunidos, em Versalhes, em 1789.

Nenhum comentário:

Postar um comentário