segunda-feira, 10 de junho de 2013

A revolução francesa em poucas linhas

Como vimos, a França pré-revolucionária se dividia em três estados. No 1° estado o clero (alto e baixo), no 2° a nobreza (provincial e cortesã, além de alguns membros da nobreza togada), no 3° estado, o mais heterogêneo, estavam a alta burguesia, a pequena burguesia, profissionais liberais, artesãos, camponeses e uma massa empobrecida da cidade, os sans-culottes.
A crise acarretada pela guerra dos sete anos, somada a revolução industrial que estava em pleno vapor na Inglaterra, além do apoio militar dado a independência dos EUA comprometia a situação econômica do país. Mesmo assim os privilégios do 1° e 2° estado não foram revistos. Para aumentar a arrecadação do Estado, Luís XVI entrou em um dilema: cobrar mais impostos do 3° estado  ou cortar os privilégios do 1° e 2° estado e começar a cobrar impostos.
Sua primeira atitude foi convocar a Assembleia dos Notáveis composta por membros do 1° e 2° estado. Em 1787 na eminência de perder seus privilégios a nobreza pressiona pela convocação da Assembleia dos Estados Gerais (é a chamada revolta aristocrática). Nos Estados Gerais a nobreza tem sua primeira derrota, o 3° estado se mostrava muito descontente, a burguesia que havia enriquecido reivindicava diretos iguais ao dos outros estados, a massa empobrecida do terceiro estado inflamou-se.
O 1° e o 2° estado buscavam manter a velha norma, o 3° estado não aceitou o modelo de votação e o rei paralisou os trabalhos. Em 17 de junho 1789 a burguesia acompanhada de alguns clérigos e nobres, proclamaram a Assembleia Nacional. O rei tenta interromper os trabalhos, os revolucionários tomam a prisão da Bastilha em 14 de julho de 1789 a fim de evitar represarias. Em 4 de agosto de 1789, o rei é forçado a assinar a constituição, com isso tem seus poderes limitados, são abolidos os direitos feudais que garantiam os privilégios do 1° e 2° estado. O rei Luís XVI deixava de ser um rei absolutista e a França se tornava uma monarquia constitucional.
Logicamente o rei e grande parte dos membros do 1° e 2° estado não se conformavam com a situação. Vários clérigos saíram da França, os reis absolutistas da Áustria e da Prússia uniram forças para apoiar Luis XVI em uma reação. Ele tentou fugir da França em 20 de junho de 1791 para organizar uma invasão, foi reconhecido e reconduzido a Paris. O exército prussiano invade a França na tentativa de sufocar a revolução, a população consegue derrotar o exército invasor e o rei é guilhotinado, contrariando a vontade de membros da alta burguesia que não queriam punir o rei.
Em 22 de setembro de 1792, grupos mais radicais ganham força e proclamam a Republica (fase da Convenção Nacional). No contexto da república os principais grupos políticos são: os Girondinos (alta burguesia, temia que as camadas populares assumissem o controle), os Jacobinos (pequena burguesia e o proletariado, apoiados pelos sans-culottes) e a planície (burguesia financeira que mudava de posição conforme a conveniência).
Em 1793 se inicia a chamada Ditadura Jacobina, liderada por Robespierre cria-se o tribunal revolucionário e o comitê de salvação para controlar o exército e administrar o país. Este período mais radical ficou conhecido como período do terror devido ao grande número de pessoas que foram julgadas e condenadas a morte pela acusação de agirem contra a revolução. Mesmo trazendo ordem interna e garantindo êxito contra os invasores Robespierre não conseguiu manter o apoio dos sans-culottes e de parte dos Jacobinos, a planície e os Girondinos se uniram e conseguiram derrubar seu governo.
Com a morte de Robespierre em 1794, a Convenção Nacional passou a ser controlada pelos Girondinos. Com uma nova orientação política resolveram elaborar uma nova constituição que ficou pronta em 1795.  A frança se manteve uma republica, porém agora controlada por um grupo de cinco membros eleitos pelo legislativo (fase do diretório).

Esse modelo durou até 1799, foi ameaçado internamente por monarquistas e por jacobinos, externamente por monarquias absolutistas vizinhas. Em meio a esta instabilidade um jovem general que havia conquistado prestígio por seu desempenho, ganha o apoio da alta burguesia e do exercito. Trata-se de Napoleão Bonaparte. No dia 10 de novembro de 1799 Napoleão dissolve o diretório e inaugura o Consulado. Episódio do 18 Brumário, que evitou a nova chagada de grupos populares no poder.

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