Como vimos, a
França pré-revolucionária se dividia em três estados. No 1° estado o clero
(alto e baixo), no 2° a nobreza (provincial e cortesã, além de alguns membros
da nobreza togada), no 3° estado, o mais heterogêneo, estavam a alta burguesia,
a pequena burguesia, profissionais liberais, artesãos, camponeses e uma massa
empobrecida da cidade, os sans-culottes.
A crise
acarretada pela guerra dos sete anos, somada a revolução industrial que estava
em pleno vapor na Inglaterra, além do apoio militar dado a independência dos
EUA comprometia a situação econômica do país. Mesmo assim os privilégios do 1°
e 2° estado não foram revistos. Para aumentar a arrecadação do Estado, Luís XVI
entrou em um dilema: cobrar mais impostos do 3° estado ou cortar os privilégios do 1° e 2° estado e
começar a cobrar impostos.
Sua primeira
atitude foi convocar a Assembleia dos Notáveis composta por membros do 1° e 2°
estado. Em 1787 na eminência de perder seus privilégios a nobreza pressiona
pela convocação da Assembleia dos Estados Gerais (é a chamada revolta
aristocrática). Nos Estados Gerais a nobreza tem sua primeira derrota, o 3°
estado se mostrava muito descontente, a burguesia que havia enriquecido
reivindicava diretos iguais ao dos outros estados, a massa empobrecida do
terceiro estado inflamou-se.
O 1° e o 2°
estado buscavam manter a velha norma, o 3° estado não aceitou o modelo de
votação e o rei paralisou os trabalhos. Em 17 de junho 1789 a burguesia
acompanhada de alguns clérigos e nobres, proclamaram a Assembleia Nacional. O
rei tenta interromper os trabalhos, os revolucionários tomam a prisão da
Bastilha em 14 de julho de 1789 a fim de evitar represarias. Em 4 de agosto de
1789, o rei é forçado a assinar a constituição, com isso tem seus poderes
limitados, são abolidos os direitos feudais que garantiam os privilégios do 1°
e 2° estado. O rei Luís XVI deixava de ser um rei absolutista e a França se
tornava uma monarquia constitucional.
Logicamente o
rei e grande parte dos membros do 1° e 2° estado não se conformavam com a
situação. Vários clérigos saíram da França, os reis absolutistas da Áustria e
da Prússia uniram forças para apoiar Luis XVI em uma reação. Ele tentou fugir
da França em 20 de junho de 1791 para organizar uma invasão, foi reconhecido e
reconduzido a Paris. O exército prussiano invade a França na tentativa de
sufocar a revolução, a população consegue derrotar o exército invasor e o rei é
guilhotinado, contrariando a vontade de membros da alta burguesia que não
queriam punir o rei.
Em 22 de
setembro de 1792, grupos mais radicais ganham força e proclamam a Republica
(fase da Convenção Nacional). No contexto da república os principais grupos
políticos são: os Girondinos (alta burguesia, temia que as camadas populares
assumissem o controle), os Jacobinos (pequena burguesia e o proletariado,
apoiados pelos sans-culottes) e a planície (burguesia financeira que mudava de
posição conforme a conveniência).
Em 1793 se
inicia a chamada Ditadura Jacobina, liderada por Robespierre cria-se o tribunal
revolucionário e o comitê de salvação para controlar o exército e administrar o
país. Este período mais radical ficou conhecido como período do terror devido
ao grande número de pessoas que foram julgadas e condenadas a morte pela
acusação de agirem contra a revolução. Mesmo trazendo ordem interna e
garantindo êxito contra os invasores Robespierre não conseguiu manter o apoio
dos sans-culottes e de parte dos Jacobinos, a planície e os Girondinos se
uniram e conseguiram derrubar seu governo.
Com a morte de
Robespierre em 1794, a Convenção Nacional passou a ser controlada pelos
Girondinos. Com uma nova orientação política resolveram elaborar uma nova
constituição que ficou pronta em 1795. A
frança se manteve uma republica, porém agora controlada por um grupo de cinco
membros eleitos pelo legislativo (fase do diretório).
Esse modelo
durou até 1799, foi ameaçado internamente por monarquistas e por jacobinos,
externamente por monarquias absolutistas vizinhas. Em meio a esta instabilidade
um jovem general que havia conquistado prestígio por seu desempenho, ganha o
apoio da alta burguesia e do exercito. Trata-se de Napoleão Bonaparte. No dia
10 de novembro de 1799 Napoleão dissolve o diretório e inaugura o Consulado.
Episódio do 18 Brumário, que evitou a nova chagada de grupos populares no
poder.